As filmagens realizadas em 1974 por Roberto de Oliveira, Tom Job Azulay e equipe, durante o período em que Elis Regina e Tom Jobim se encontraram em Los Angeles (EUA) para criar o lendário álbum Elis & Tom, por tudo que representam, não são menos que excepcionais. Elas compõem um registro histórico de valor incomensurável e que foi inovador, em se tratando de música brasileira, ao captar cenas ao vivo de uma gravação em estúdio, algo similar ao que foi feito com os Beatles e que, posteriormente, deu origem ao documentário Get Back.
Isto posto, quero frisar que as considerações que faço aqui não têm, em absoluto, o intuito de desvalorizar o documentário que resultou desse material. Ao contrário, minha avaliação crítica tem como intuito somar e não diminuir.
Além do meu amor por Elis e por Tom, o que me levou a escrever sobre essa película foram tanto a vontade de organizar meus pensamentos, reexaminar e aclarar minhas impressões, quanto de compartilhá-las, de forma despretensiosa, por entender que sempre há coisas a se considerar e agregar em relação aos eventos, ainda mais em se tratando de um encontro de tamanha dimensão, como esse entre a nossa maior cantora e o nosso maior compositor.
Quando fui assistir a Elis & Tom – Só tinha de ser com você, há muito eu aguardava a oportunidade de conferir mais e melhor os momentos desses dois gigantes da música, juntos em Los Angeles. Anteriormente, apenas a TV Bandeirantes havia disponibilizado um pouco desse material em um programa.
Eu sabia que as filmagens somavam algumas horas e pensei que seria a elas que finalmente teríamos acesso – senão todas, pelo menos à maior parte. Por isso fiquei um pouco surpreso, e até um tanto decepcionado num primeiro momento, ao perceber que o filme trazia muitas outras passagens, sobretudo de depoimentos, diminuindo o tempo do que eu mais esperava poder apreciar, que eram as cenas daquele encontro. Depois compreendi que se tratava muito mais de uma obra que se propõe também a contextualizar e interpretar, do que unicamente apresentar, na íntegra ou em parte, o material rodado originalmente. No entanto, embora muitas das análises dos entrevistados ajudem a compreender em boa parte as conjunturas do momento, algumas das percepções e visões pessoais expostas no filme me aborreceram um pouco. Cismado, procurando compreender melhor o que havia de fato me desagradado, resolvi assisti-lo novamente, o que fiz poucos dias depois.
A escolha das entrevistas como um caminho narrativo, costurando o relato do que aconteceu naqueles dias do começo de 1974 e servindo como base para a análise do contexto, não foi o que me incomodou, uma vez que há muitas falas interessantes e pertinentes. O problema, porém, é que há outras em alguma medida excessivas ou desnecessárias, alegações que soam categóricas, parciais, ou mesmo incorretas nalgumas circunstâncias e que revelam mais sobre o entrevistado e suas expectativas do que propriamente sobre as pessoas a quem se referem; no caso, Elis e Tom.
Se, por um lado, é realmente enriquecedor o fato do documentário se servir de tantos pontos de vista – mais do que tudo, por apresentar dados históricos –, por outro, ele tende por vezes a se focar demasiadamente nas tensões, em desfavor da alegria, da sintonia e do envolvimento que seguramente também constituíram e nortearam a feitura do álbum e que poderiam ser melhor valorizados. Nesse sentido, ao invés de permitir à audiência que chegue mais livremente às suas próprias conclusões, sem o peso de tantas especulações, o filme acaba orientando bastante a visão dos acontecimentos através de opiniões de pessoas cujas perspectivas e compreensões tomam um ar quase definitivo. Isso se amplia ainda mais, é claro, pelo fato de que nem Elis, nem Tom estão mais presentes para poderem refutá-las ou endossá-las, a partir de seus próprios testemunhos.
Ao longo do tempo, tornou-se um clichê se apontar invariavelmente os aspectos “problemáticos” da personalidade de Elis. Assim, sempre que ouvi ou li comentários sobre esse encontro de Los Angeles, em algum ponto eram creditadas a ela as tensões que quase causaram o fracasso daquela empreitada. Lembro agora de um pequeno texto incluído no Cancioneiro Jobim no qual o ânimo da cantora em relação ao projeto do disco é praticamente sintetizado na seguinte frase: ”Tom não disfarçava sua birra com o piano elétrico programado para algumas faixas e defendido com unhas e dentes por Elis, que o considerava o supra-sumo da modernidade”. A palavra birra, que possui um caráter quase inocente, por ser algo próprio das crianças, contrasta com as unhas e dentes, a ferocidade, portanto, atribuída a Elis, transmitindo uma ideia de confronto e inflexibilidade por parte dela. Desse modo, sua opção ou preferência por um tipo de som e instrumentação – algo corriqueiro em se tratando de um trabalho musical – é complexificada ao lhe ser conferido um teor agressivo, e desqualificada e ironizada ao ser reduzida a apenas um modismo. De tal maneira essas narrativas passaram a fazer parte da história, que elas terminaram por ganhar quase tanto destaque quanto a qualidade do disco em si. O que é uma pena.
Porém, mesmo que possa parecer paradoxal, nesse sentido o filme tem, simultaneamente, o mérito de aclarar um pouco os fatos, uma vez que, pela fala inédita de César Mariano, pianista, arranjador e marido de Elis, ficamos sabendo melhor sobre os motivos dos atritos e que, em verdade, esses ruídos se concentraram principalmente entre ele e Tom. Isso teria acontecido não apenas devido à resistência inicial do compositor pela utilização do piano elétrico e da da guitarra, mas também por sua objeção a que o pianista fosse o arranjador do disco. César é enfático ao relatar o quão difícil foi para ele esse processo, algo que evidentemente deixou Elis aflita e dividida a ponto de fazê-la pensar em desistir de levar adiante o projeto e voltar ao Brasil. Ficamos sabedo também com maior clareza do susto de Tom, uma vez que ninguém o havia preparado – e nem a Elis e César, tampouco – e que aquele encontro teria sido gestado sem que as partes soubessem com exatidão qual seria a proposta quanto à feitura do álbum. Elis foi para lá com seus músicos e seu arranjador para gravar o seu álbum com a participação do maestro soberano. E Tom, por sua vez, considerou evidentemente que, como o disco também seria seu, ele necessitava ter ingerência no processo – inclusive, e sobretudo, em relação aos arranjos. Então se percebe que, em princípio, todos eles estavam certos e que o que havia complicado um pouco aquele começo foram certas “falhas de organização”. Isso porque Aloysio de Oliveira, o produtor, temia que Tom não aceitasse participar e portanto resolveu, como estratégia, só lhe revelar o verdadeiro teor daquele encontro quando todos já estivessem reunidos e fosse tarde demais para declinar. Então, talvez essas lacunas de informação fossem mesmo, em alguma medida, necessárias para que, no final, a coisa pudesse acontecer.
No entanto, mesmo considerando esses percalços e essa dificuldade inicial, os trabalhos seguiram adiante, levados pela vontade de todos, sem que houvesse rompimentos, nem ninguém saísse ferido. Aos poucos, tudo foi se arranjando e se equilibrando. Em resumo, estava tudo certo naquele modo um tanto errado de principiar as coisas, ainda mais considerando as peculiaridades de uma empreitada dessa envergadura, envolvendo artistas geniais. Mas o que de fato importa é que, quando as sessões de gravação começaram e a convivência entre eles cresceu e ganhou foco naquilo que verdadeiramente os aproximava, que era a música, tudo foi pro lugar. Tudo deu definitivamente certíssimo, se confirmando a potência artística daquelas pessoas que criaram, para a alegria dos ouvintes, mundo afora, um dos mais belos álbuns de todos os tempos.
Numa história como essa, evidentemente há muito de conjecturas. Assim sendo, é necessário se deixar espaços vazios, sem respostas absolutas, até para que o público possa completá-los com sua sensibilidade e sua imaginação. Outras informações, entretanto, são fundamentais. Especialmente as mais objetivas, que dão conta de aspectos menos questionáveis. Por isso, entendo a preocupação do diretor em contextualizar aquele momento e apresentar alguns dados sobre a carreira individual dos dois artistas, até ali. São elementos relevantes, particularmente para as novas gerações e para as futuras. Senti, porém, nas narrativas sobre as trajetórias, especialmente de Elis, alguns exageros ou, ouso mesmo dizer, algumas imprecisões.
Particularmente problemáticas são duas falas do já falecido André Midani, produtor musical e profissional do mercado fonográfico brasileiro, amigo e colaborador de Elis, à época presidente da Philpis, sua gravadora.
Num determinado momento ele profere uma primeira frase bombástica afirmando que “a Elis não gostava do Tom”. Na edição do filme, essa fala se encontra segmentada. Mais adiante, deslocada, aparece a continuidade desse comentário, em que ele faz um reparo, dizendo algo como: “mas ela não gostava dele porque tinha medo de que ele não a aprovasse”. Porém, a essas alturas, o estrago já está feito e o impacto da assertiva de que Elis não ia com a cara de Tom, amparada pela ideia constantemente difundida de que ela era uma pessoa difícil, causa um certo choque, é algo que faz a gente pensar: por que cargas d’água, então, ela teria ido gravar um disco com ele? Esse é um dos comentários que, ao meu ver, além de ser totalmente dispensável, uma vez que a própria Elis sempre assumiu ser uma pessoa insegura, não faz jus à verdade. Ela não apenas gostava de Tom, como o idolatrava. Felizmente consta também na película uma parte da entrevista de Elis para o Programa Ensaio (da TV Cultura de SP), em que ela fala sobre Tom Jobim e deixa claro o seu sentimento por ele. Então, uma insinuação desse tipo não traz absolutamente nada de positivo, apenas reafirma uma disposição para a polêmica. E, não bastasse constar no documentário, esse comentário infeliz de Midani foi colocado também no trailer.
Em outra declaração desnecessária, e ainda mais desastrosa, ao comentar sobre a carreira internacional de Elis – que ficou interrompida por sua morte –, entre outras coisas, ele afirma que ela se matou e que o fez conscientemente. A hipótese de que ele estivesse falando metaforicamente não se sustenta em relação a uma frase tão chocante. É evidente que a grande maioria das pessoas fará uma leitura literal, que é o que de fato parece, ainda mais colocado, assim, tão cabalmente. E, mesmo que essa fosse a sua interpretação sobre o trágico desparecimento da cantora, uma afirmação como essa é injusta e excessiva, tanto por soar taxativa – como se ele pudesse dar conta de toda a sua complexidade humana, da dimensão emocional, das aflições, indecisões, enfim, da visão de Elis sobre as coisas e do modo como ela lidava com isso –, quanto por inferir que ela tenha indubitavelmente cometido suicídio.
Quem tiver tempo e interesse em assistir a algumas das últimas entrevistas de Elis, vai perceber que ela, até poucos dias antes de falecer continuava sorrindo e se interessando pela vida, pelas coisas de sua profissão e de seu país, trocando ideias e fazendo projetos. Não existe sequer uma evidência de que ela estivesse atravessando uma depressão profunda que a fizesse desistir de viver. Na última delas, inclusive, no programa O Jogo da Verdade (TV Cultura de SP), mais uma vez, ao comentar sobre os filhos, ela se refere ao cuidado que eles ainda necessitavam. O que de fato aconteceu com Elis no seu final, ninguém jamais saberá. Mas, justamente por isso, elucubrações como essa não agregam absolutamente nada além de controvérsia.
Sobre o percurso de Elis até o momento do seu encontro com Tom em Los Angeles, do modo como foram colocadas no filme, duas passagens me causaram estranhamento.
A primeira delas é quando Roberto de Oliveira, que foi empresário de Elis, comenta sobre um certo desgaste de imagem por conta de sua participação (cantando) nas Olimpíadas do exército, em 1972 – um episódio duro para ela, que deixou suas marcas e que, entre outros efeitos negativos, fez com que o cartunista Henfil a enterrasse no seu Cemitério dos Mortos-Vivos do Caboco Mamadô, no semanário O Pasquim, do que, posteriormente, ele se arrependeu. O que me espantou em relação a isso foi o fato de, no filme, Roberto de Oliveira dar a entender, ligeiramente, que ela teria cantado nessa ocasião por estar fazendo muitos shows à época, isto é, como se fosse uma decorrência natural de sua atividade artística intensa. Entretanto há vários relatos (inclusive da própria Elis) que dão conta de que, como outros artistas, ela teria sido obrigada a participar desse evento. Tratava-se de um convite ao qual não se podia – ou não se devia – recusar. Dito de outro modo, não havia necessidade de que a imposição fosse explícita. Ela já tinha sido obrigada a depor perante os militares e sabia da violência que poderia ser vítima caso não colaborasse com eles.
Aquele começo dos anos setenta foi um dos piores momentos da ditadura militar brasileira, com prisões, torturas e desaparecimentos, com todo o pavor dos porões do Doi-Codi. Então, o motivo do comparecimento de Elis (que, à época, era mãe de uma criança de dois anos), quando chamada pelos militares, não me parece que possa ter como justificativa uma simples implementação da produção de shows. Ali se tratava, inequivocamente, de algo muito maior: de uma decisão que dizia respeito à sua própria segurança e também de sua família. Faltou na película uma menção explícita a essa circunstância que não foi, de nenhuma forma, algo banal. Até porque se estabeleceria, a partir dali, por parte de Elis, uma atitude muito mais consciente e manifesta em termos políticos, algo que, justamente com exceção de Elis & Tom, ela vai continuar trazendo a cada um de seus trabalhos posteriores.
Outro ponto que me chamou a atenção, que diz respeito a particularidades do canto de Elis, é a menção de que ele supostamente teria se suavizado, se tornando mais sóbrio, enfim, que uma mudança significativa teria se produzido no seu modo de cantar depois do encontro e do disco com Tom.
Elis, como pessoa e artista extremamente sensível e inteligente, nunca deixou de evoluir, de se modificar, de se deixar influenciar por suas experiências e por aquilo que ela considerasse importante – em qualquer nível. Sua trajetória, até bem antes do encontro com Tom Jobim, já havia evidenciado isso inúmeras vezes. Portanto, não seria diferente nesse caso, após uma vivência e uma troca como essa, com um dos maiores músicos e compositores de que já se teve notícia. É claro que houve influências. E, certamente, recíprocas, como acontece com pessoas com tamanho poder de percepção. Porém, quem poderia afirmar ou estabelecer precisamente o quanto, de que modo e por quanto tempo elas duraram?
Nesse sentido, aliás, há outras considerações. Se na sua introdução de forma mais ampla para o público brasileiro, cantando Arrastão, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, no Primeiro Festival da Canção, em 1965, Elis apresentava uma interpretação exuberante, além de ser uma possibilidade alicerçada em um talento fora do comum de uma menina de apenas 20 anos, esse era um traço de estilo àquela altura e se devia, igualmente, ao fato de que a canção e o momento demandavam intensidade. Porém ela não cristalizou esse modelo de performance. Ao contrário. No LP de 1968, por exemplo, quando se debruça justamente sobre três canções de Tom Jobim pela primeira vez em um disco solo, sua voz traz suavidade e comedimento ao cantar Wave, Fotografia e Outra vez. Já ali, ela se apresenta com muito mais moderação e delicadeza, apesar de manter – como sempre – sua enorme expressividade. Nesse mesmo disco, ela se manifesta igualmente leve em De onde vens, de Dori Caymmi e Nelson Motta, e Bom tempo, de Chico Buarque, e o mesmo acontece nos LPs de 1969, Elis, como e porquê, e Aquarela do Brasil, que ela gravou na Suécia com Toots Thielemans.
No final dessa década e começo dos anos 70, acontece outra explosão vocal e mudança estilística por conta da influência do Blues e do Soul que ela certamente estava escutando bastante. Porém, em 1972 há novamente uma guinada: o primeiro disco com arranjos de César Mariano traz uma Elis suave como nunca, com um modo completamente diferente de entoar, uma artista branda, renovada. Essa Elis é, também, ainda anterior ao encontro com Tom em Los Angeles. E logo depois do LP com Jobim, um novo salto: é uma voz totalmente diferente que se manifesta no LP Falso Brilhante, de 1976, que não tem nada a ver com aquela de Elis & Tom, nem com as anteriores.
Esses são apenas alguns exemplos, há muitos mais. Mas o que eu queria chamar a atenção é para o fato de que, embora a influência do encontro com Tom Jobim seja indiscutível, Elis não chegou a moldar uma nova personalidade musical a partir dali, como o filme pretende inferir. Porém, é verdade que a forma como ela abordou o repertório jobiniano nesse disco, com uma inflexão muito mais natural da voz, foi única. Para isso, contribuíram, sem dúvida, a presença de Tom e a troca intensa entre ambos, sua paixão por aquele repertório que há muito ela sonhava registrar, os músicos excepcionais e os arranjos perfeitos, entre outras coisas. Mas é inegável também que isso se deveu em maior medida à sua incrível sensibilidade, ao seu senso de adequação e cuidado em relação ao que ela interpretava, modulando e desenvolvendo seu canto em conformidade com o teor de cada composição, com o sentido das canções e dos arranjos, uma habilidade e um talento que ela sempre possuiu e soube colocar em prática para atingir o máximo em suas performances.
Na verdade, depois do encontro com Tom, Elis continuou mudando, inovando e se desenvolvendo em muitas outras direções, brilhantemente inquieta como era. Isso, porque suas influências eram absorvidas, diluídas e transformadas – como de resto em toda a sua trajetória –, no melhor estilo antropofágico, de modo que o que sempre resultava era uma nova Elis, fruto de inúmeros fatores quase impossíveis de se medir ou definir.
Mesmo no final da vida, sob a influência de Rita Lee, a partir da crença na alegria que ela redescobriu em si mesma, Elis Regina em certa medida retomou algo que era seu, que sempre fez parte de sua personalidade e que já fora mais vivenciado lá atrás, desde quando ela imitava outras cantoras no Fino da Bossa ou fazia suas performances cômicas com Jair Rodrigues e depois com Miele, até as gargalhadas de Irene, de Caetano Veloso, ou Vou deitar e rolar (Quaquaraquaquá), de Baden Powell e Paulo César Pinheiro etc. No final, ela que estava cansada de brigar contra os moinhos, inspirada pela amiga que tanto admirava, resgata e implementa no seu canto novamente o humor, a animação, o deboche.
Porque Elis era assim, a própria metamorfose ambulante: não parou nunca de mudar e mudar e mudar… até que mudou de plano astral e nos deixou, mais uma vez, completamente perplexos.
Quem não assistiu ainda ao documentário Elis & Tom – Só tinha de ser com você, deve fazê-lo. Apesar de algumas ressalvas que trago aqui, reitero minha crença de que se trata de um trabalho de enorme importância, que emociona e apresenta momentos sublimes. Sobretudo aqueles em que brilham duas das maiores personalidades da música mundial: os eternos Elis e Tom.
Excelente texto e contextualização. Não vi o filme ainda, mas as intervenções do Midani me parecem muito infelizes. Duvido muito que ela tenha cometido suicídio. Acompanhava sua carreira e não me parecia lógico tomar uma atitude dessas. E creio que o livro de Ruy Castro já explicava com clareza que o problema era entre Tom e as “modernidades” de César, não entre os dois. O problema é que há muita fofoca e todos dizem que o Tom falara — muitos anos antes — que Elis tinha cheiro de churrasco… Pode ter dito, pode ter mudado de opinião. E daí, né?
obrigado, Milton! pois então, o que cansa um pouco é esse eterno diz-que-me-disse. e é claro que ela não se matou, foi um acidente trágico de uma pessoa que justamente não sabia lidar com as drogas – além de ser uma mulher muito pequena, um organismo “frágil”, digamos assim. sobre essa “dita” fala do Tom, que foi o que chegou aos ouvidos da Elis, pouco depois que ela aportou no Rio e precisava muito de oportunidades pra poder deslanchar e se manter, ela chegou a cobrar dele e eles acabaram se entendendo sobre isso. o negócio é que é tão mais importante e interessante, tão mais produtivo se falar sobre o trabalho maravilhoso desses artistas do que alimentar fofocas e querelas, não é mesmo? enfim. mas o documentário vale muito! mesmo. abração!
Sim. A realização deles é tão espantosa e gera tantas observações interessantes que a coisa poderia ser mais Get Back e menos depoimentos, como dizes no teu texto.
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