Billie Holiday não chegou a se apresentar no Brasil pois nos deixou em 1959, alguns anos antes do estouro da Bossa Nova nos EUA.
Porém, fico imaginando que ela teria cantando alguma coisa de Tom Jobim, se o tivesse conhecido. “Useless Landscape” (Inútil paisagem) seria a canção perfeita e, em minha imaginação, consigo mesmo ouvir sua voz proferindo: “What’s the use of the waves that will break / In the cool of the evening / What is the evening / Without you / It’s nothing”.
Outra, que cairia como uma luva num possível repertório brasileiro de Billie, seria “Demais”, de Tom e Aloísio de Oliveira, que, por conta de suas similaridades, eu a imaginaria encadeando com “The end of a love affair”, de Edward Redding, que ela gravou pouco antes de morrer.
Essa fantasia me fez pensar num projeto de Cartazes de Shows Imaginários, de encontros que não aconteceram, mas que seriam fabulosos se tivessem ocorrido. Na época em que eu ainda considerava fazer mestrado, esse foi um tema que me interessou: criar esses cartazes de encontros fictícios de grandes personalidades da música.
E este foi o primeiro que imaginei: um concerto de Lady Day no Rio de Janeiro, em pleno abril de 1965 (no dia do meu aniversário), no Copacabana Palace, com ninguém menos que nosso maestro soberano, Antonio Carlos Jobim, ao piano.
Lindo demais, imaginar esse encontro…